A ATAHCA é uma associação de direito privado, que tem como objectivo principal o desenvolvimento rural integrado do território do Alto Cávado, que compreende os concelhos Amares, Póvoa de Lanhoso, Terras de Bouro e Vila Verde na sua totalidade e parte dos concelhos de Barcelos e Braga. A ATAHCA foi constituída em 1991, para apresentar candidatura à Iniciativa Comunitária Leader e responder a uma necessidade territorial identificada no PDAR do Alto Cávado. Desde a data da sua constituição implementou as Iniciativas Comunitárias Leader, Leader II, LEADERplus e actualmente a Abordagem Leader.
Paralelamente a este conjunto de projectos tem desenvolvido acções de âmbito profissional, educativo e profissionalizante, onde se salienta os cursos de formação e educação de adultos, o Centro Novas Oportunidades, as acções para a Inclusão, e mais recentemente Acções Modulares Certificadas e cursos de Aprendizagem, destinados a jovens que não completaram o ensino secundário. Salienta-se igualmente o conjunto de projectos implementados na área da recuperação do patrimonio construído, nomeadamente o patrimonio etnológico e o conjunto de aldeias denominadas Aldeias da Saudade. A ATAHCA é uma instituição do terceiro sector, onde a sociedade civil é uma parceira activa assumindo-se esta como a principal interlocutora do desenvolvimento local. Esta instituição pretende ser sempre um parceiro de diálogo aberto onde o espírito de governança esteja permanentemente sobre a mesa de trabalho permitindo assim a participação da sociedade civil na estratégia delineada a médio e longo prazo.
Quem compõe a ATAHCA?
A ATAHCA é composta por associados de direito público como Câmaras Municipais e Associações de Municípios e por instituições como Caixa de Crédito Agrícola Mutuo, Associações de Defesa das Raças Autóctones, Cooperativas Agrícolas, Instituições Particulares de Solidariedade Social, Misericórdias, Associações e Cooperativas de Promoção do Artesanato Local, e pessoas singulares com intervenção reconhecida no desenvolvimento rural e local.
O Alto Cávado tem uma centralidade em relação à província do Minho que permite estar a menos de 100 Km de centros urbanos de média dimensão, de dois aeroportos, de três portos de mar e do único parque nacional existente em Portugal e da única reserva da biosfera existente na Península Ibérica.
Alto Cávado situa-se a cerca de 10 km da cidade de Braga, 65km da cidade do Porto, 23km da cidade de Guimarães, 37 Km da cidade de Viana do Castelo, 85 km da cidade de Vigo, 145 km da cidade de Santiago de Compostela, 65km do aeroporto Francisco Sá Carneiro, 70 km do aeroporto de Vigo, 65km do porto de Leixões, 38 km do porto de Viana do Castelo, 85km do porto de Vigo e cerca de 25km de uma das portas do Parque Nacional Peneda Gerês e cerca de 40km da Reserva da Biosfera Gerês/ Xurez .
Este território possui uma vasta área de espelhos de água doce armazenada em albufeiras e onde em algumas é permitida a prática de desportos náuticos, possui também cascatas, praias fluviais e rios e ribeiros onde se pode usufruir da beleza paisagística e da pesca. Este território possui três estâncias Termais –Gerês, Caldelas e Moimenta – procuradas por quem pretende momentos de lazer e cuidados de saúde.
Associado a este conjunto de potencialidades o território ainda oferece vinhos verdes de alta qualidade, cerca de três centenas de camas em alojamento em Turismo em Espaço Rural nas suas diversas modalidades. Todas estas potencialidades por si seriam poucas se a elas não estivesse associada a hospitalidade do povo, na sua arte de saber receber, acolher e mostrar o que de excelente a região tem.
O que oferece aos visitantes o Alto Cávado?
Oferece paisagem, património, cultura, gastronomia, hospitalidade, animação vida própria, produtos de qualidade, e a descoberta de cantos e recantos e tradições seculares ligados aos mitos e ritos de cada uma das suas aldeias.
Associar tudo isto à possibilidade de viver algunas horas ou mesmo alguns dias na descoberta deste território será o mesmo viajar no tempo e registar na mente para memória futura algo a recordar e a aconselhar a quem pretende descobrir e visitar um territorio diferente.
Como fixar o visitante?
O território oferece um património variado e rico, uma gastronomia impar no panorama ibérico, um conjunto de rotas temáticas, santuários marianos seculares, torres medievais destinadas à defesa, vigia e residência, igrejas barrocas, ermidas devotas a santos populares, alminhas nos cruzamentos e nos caminos com história de séculos, cursos de água límpida e sem poluição um puzzle de verdes moldados pelo Homem durante séculos que deram origem aos socalcos quando se situam a meia encosta e por último uma cultura associada às festas e romarias tradicionais que são um dos motivos fortes para atrair turistas ao alto Cávado.
A cidade de Braga, das mais antigas do país, fortemente marcada pelo cariz religioso possui monumentos de riqueza arquitectónica inigualável a nível nacional, aí encontramos o Bom Jesus, Sameiro e a Santa Marta da Falperra e nos seus arredores o Mosteiro de Tibães, S. Martinho de Dume, São Furtuoso, convento de Rendufe, Convento de Bouro, Santuário de Nossa senhora da Abadia Santuário de Nossa senhora do Bom despacho, Santuário de Nossa senhora do Alívio, Santuário de Porto d’ Ave e Santuário do S. Bento da Porta Aberta ponta alto de todo este pendor religioso são as celebrações da Semana Santa na cidade de Braga.
Outras festividades religiosas existem como o S. João, em Braga, a Festa da Agonia, em Viana, as festas Gualterianas, em Guimarães, na Benção dos animais de Mixões da Serra, festa das Cruzes em Barcelos, na romaria do Porto d’Ave, na Póvoa de Lanhoso e as Antoninas em Amares e Vila Verde e em muitas outras de menor dimensão, mas de igual importância são motivo suficiente para quem não conhece o alto Cávado e todo o Território limítrofe o visite, o descubra e se encante pela sua beleza, pelas suas gentes e pela sua riqueza cultural e paisagística.
O que oferece o Alto Cávado em termos gastronómicos?
Todo o Minho e o Alto Cávado, em particular, é rico na variedade gastronómica que oferece em cada uma das quatro estações do ano. No Inverno poder-se-á saborear as papas de sarrabulho, os rojões e o cozido à portuguesa, na primavera saborear um arroz de cabidela de frango de capoeira, um bife de bobino de raça barrosã, o cabrito assado no forno onde as mães pastoreiam numa das nossas serras, no verão, saborear umas trutas do rio Homem, o bife de barrosã ou de minhota em cebolada, acompanhado na sobremesa por um melão casca de carvalho e no Outono um anho assado no forno acompanhado de um arroz de miúdos com entrada de cabidela das miudezas, são algumas das referências a procurar e saborear em cada uma destas estações que podem ser acompanhadas à sobremesa por um pudim Abade de Priscos, um leite creme, umas barrigas de freira, ou outros doces conventuais, outrora confeccionados por freiras e frades que durante séculos viveram nos diversos conventos existentes neste território.
Tudo isto deberá ser acompanhado com um vinho verde branco ou tinto do Alto Cávado associandose assim a qualidade dos produtos e da gastronomía ao vinho que faz jus da terra onde é produzido.
Onde podem ficar alojados os turistas que visitam o Alto Cávado?
O Alto Cávado possui dezenas de unidades de alojamento de Turismo em Espaço Rural nas modalidades de Casa de Campo, Agro-turismo, Hotéis Rurais e Parques de Campismo Rural. Possui igualmente algunas unidades de turismo de Habitação e algunas unidades hoteleiras, principalmente junto das estâncias termais e uma Pousada de Portugal.
As unidades existentes de turismo em Espaço Rural respondem aos elevados níveis de exigência de um público cada vez mais informado e ávido de uma oferta diferenciada, muitas delas inseridas em propiedades agrícolas onde os turistas poderão ocupar parte do seu tempo no contacto directo com a exploração agrícola, observando ou mesmo participando activamente em alguns trabalhos como por exemplo nas vindimas e na colheita dos cereais. Associado ao alojamento poder-se-á também encontrar oferta da gastronomia mais tradicional, muitas vezes, só sendo possível nas casas agrícolas ou nas casas mais ricas onde sempre desenvolveram receituário próprio, difícilmente encontrado em qualquer restaurante.
Conhecer parte da história das casas e das famílias a ela associadas será conhecer e partilhar um pouco das vivências tradicionais e actuais do desenvolvimento e crescimento de um território como o mais próximo da vizinha Galiza. A extensão do Minho para a Galiza ou vice versa não poderá ser afirmada como território separado por um rio como o rio Minho, mas sim um território unido onde o rio é o grande elo de ligação e de geminação entre povos independentes, mas com culturas muito semelhantes.
Que investimentos foram apoiados pela ATAHCA para o aumento das unidades de turismo em espaço rural?
A ATAHCA desde a iniciativa comunitária LEADER desenvolveu toda a sua estratégia onde o alojamento em Turismo no Espaço Rural teve uma importância significativa como dinamizador das pequenas economías e também possibilitando a recuperação do património construído considerado eixo importante para a valorização da região, aumentando a auto estima dos proprietários, dos vizinhos e da população em geral, contribuindo decisivamente para a fixação das pessoas à sua terra. Os investimentos efectuados permitiram que a população começasse a reconhecer mais valias no seu território, incentivando à permanencia dos seus herdeiros na terra que os viu nascer e crescer tendo aí uma oportunidade de negócio que permitisse ter qualidade e nível de vida igual ou superior às pessoas que vivem nas zonas urbanas.
O Turismo no Espaço Rural para além do alojamento, permite também a valorização dos produtos locais, do artesanato, e do contacto com as vivências tradicionais de casas seculares que predominaram durante gerações no desenvolvimento de actividades ligadas à ruralidade, onde a agricultura era a rainha. Visitar este territorio será convidar o turista a descobrir por si uma cultura que não está ainda registada em papel sendo apenas possível com contacto directo com a população que é a guardiã desse tesouro que merece e deve ser conhecido por quem visita o Alto Cávado.
O desafio que se pode deixar a quem não conhece este territorio será convida-lo a sair das vias de comunicação principais e entrar nas vias de comunicação secundarias ou nos caminhos e carreiros onde será possível o contacto directo com os valores mais altos da cultura de uma região e da descoberta dos cantos e recantos que são uma mais valias para quem pretende visitar um território diferente com valor considerado impar entre os pares.
Qual a importância do FEADER no período de 2014-2020 para os territórios rurais?
A experiência do LEADER não deverá ser abandonada pois foi o único programa que permitiu a implementação de uma estratégia de participação da sociedade civil, inigualável. Esta capacitação adquirida durante cerca de 20 anos não deverá ser desperdiçada pois tem nos Grupos de Acção Local parcerias institucionais apenas possíveis num programa comunitário com aplicação da metodología LEADER. A população tem-se revisto na implementação do LEADER que tem alcançado excelentes resultados, razão pela qual se deverá manter a aplicação da mesma política de descentralização da decisão no desenvolvimento de projectos nos territórios rurais. Entre estes projectos salienta-se a importância da cooperação nacionale transnacional como veículo de troca de experiências entre territórios com características semelhantes, mas com culturas e identidades diferentes.
Espera-se que o período 2014-2020 não seja de concentração do poder de decisão no FEADER seja mais de descentralização, pois o passado diz-nos que com menos esforço financeiro se conseguiu concretizar mais obras assentes numa lógica de eficiência e eficácia. Os Grupos de Acção Local têm demonstrado capacidade técnica de decisão e de boa aplicação dos fundos públicos encontrando-se em condições de poderem no próximo quadro comunitário de apoio implementar uma estratégia com aplicação financeira mono- fundo ou pluri-fundo.
O mundo rural terá mais futuro quanto maior for a autonomia dos Grupos de Acção Local na intervenção directa junto das populações e no desenvolvimento das pequeñas economias locais.